O boom da inteligência artificial está a alimentar a procura de energia, com muitas empresas tecnológicas a desenvolver rapidamente infra-estruturas à medida que competem pelo domínio. As necessidades de energia só deverão aumentar nos próximos anos, já que grandes modelos de linguagem exigem muita capacidade do data center. Os data centers abrigam grandes quantidades de poder computacional necessário para cargas de trabalho de IA e são burros de carga que consomem muita energia. Mas a necessidade de energia vai além dos centros de dados e outras infraestruturas, segundo Goldman. “A inovação em IA não só impulsionou a procura de infra-estruturas tecnológicas, como semicondutores, centros de dados e serviços em nuvem, mas também a procura de energia nos processos de fabrico e de computação de IA”, afirmou numa nota de 24 de Maio. Goldman citou estudos que mostraram que os data centers de IA podem consumir até 10 vezes mais energia do que seus equivalentes normais. Estima-se também que as consultas de pesquisa do ChatGPT consumam de seis a 10 vezes mais energia do que as pesquisas normais do Google, acrescentou o banco de Wall Street. Goldman também espera um “aumento” no consumo de eletricidade na Ásia, especialmente em mercados “expostos à tecnologia”, como China, Taiwan, Coreia do Sul e Índia. “Para a China, a economia está a reequilibrar-se em direcção a áreas de maior produtividade e maior auto-suficiência”, disse Goldman. “Um dos principais objetivos estratégicos de crescimento é alcançar a autossuficiência tecnológica, o que envolve mais apoio político ao setor tecnológico e ao avanço da IA e da economia digital.” A China está a fazer progressos na auto-suficiência energética, o que requer sistemas de energia renováveis equipados com capacidades suficientes de armazenamento de energia e capacidades de transmissão de redes inteligentes, observou Goldman. A indústria tecnológica de Taiwan estende-se por uma “cadeia de fornecimento global abrangente de IA”, com os fabricantes de tecnologia consumindo uma quantidade “substancial” de energia. É uma história semelhante na economia da Coreia do Sul, observou Goldman, com a produção de alta tecnologia em áreas como semicondutores, chips de memória e produtos eletrónicos de consumo. “Para a Índia, além da procura computacional das empresas de software e serviços, um aumento no número de empresas estrangeiras que transferem as suas cadeias de abastecimento da China está a impulsionar a procura de energia”, acrescentou o banco. Cesta de ações de energia e eletricidade Neste contexto, o banco introduziu o que chamou de cesta de ações de energia e eletricidade, composta por 50 ações da China, Coreia do Sul, Taiwan, Índia e Austrália. Abrange a cadeia de abastecimento de negócios relacionados com eletricidade, incluindo geração ou transmissão de energia, equipamentos elétricos e produtos energéticos. Entre outras áreas, exclui os fabricantes de energia solar na China, devido às tarifas dos EUA. “A cesta está posicionada para alavancar a crescente demanda de energia impulsionada pela fabricação de tecnologia e centros de dados, bem como pelos avanços nas capacidades de transmissão de eletricidade”, afirmou o banco. As ações da cesta têm pelo menos US$ 10 milhões em volume médio diário de negociação e têm apresentado bom desempenho desde o início de 2023, segundo o Goldman. Aqui estão alguns deles. – Michael Bloom da CNBC contribuiu para este relatório.